Escassez de engenheiros: como isso impacta no setor da construção?

Oct 13 / Verum Institute
A indústria da construção enfrenta uma grave escassez de profissionais e de competências e habilidades. Na prática, esta lacuna tende a causar impactos significativos no setor, com aumento de custos, diminuição da produtividade e perda de oportunidades de crescimento. Esse é um desafio no Brasil e no mundo.
Conforme relatório do Instituto Mauá, o Brasil terá um déficit de 530 mil engenheiros nos próximos dois anos. Em 2020, o estudo Global Engineering Capability Review afirmou que a lacuna de competências afetará os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas em termos de ação climática e cidades sustentáveis.

Neste contexto, é essencial que as empresas da indústria da construção tomem medidas para resolver esta questão, proporcionando mais oportunidades de formação.

Ao longo deste artigo, discutimos essa temática, buscando entender as razões da escassez de engenheiros. Apresentamos ainda medidas que podem ser tomadas para garantir a inclusão de novos profissionais no mercado de trabalho.

Mercado de trabalho e engenharia

As empresas do setor de construção lidam com uma série de aspectos e fatores variáveis. Nos projetos de capital, a condução dos trabalhos depende de investimentos. Além disso, o ciclo de alta de commodities e da energia também impacta a gestão.

A indústria da construção está conectada ainda com a política de juros vigente no país, o que torna a gestão ainda mais complexa. É difícil, por exemplo, planejar os próximos seis meses, considerando que a característica do setor é cíclica.

Mesmo com todas essas variáveis, a corrida por profissionais qualificados é permanente. As empresas da indústria da construção lidam com o desafio de contratar, mas nem sempre encontram engenheiros com perfil para assumir a vaga.

Em síntese, a característica cíclica do setor e a escassez de engenheiros no mercado de trabalho tornam a caça aos novos talentos cada vez mais complexa.

Mercado de trabalho engenharia: aspectos que dificultam a atração de novos talentos

A indústria da construção é uma das mais analógicas. A transformação digital no setor tem sido empreendida a passos lentos, com poucas iniciativas de adoção de novas tecnologias. O setor é incipiente em inovação. Esse é um dos aspectos que dificultam a mobilização de talentos.

Contudo, vários outros pontos precisam ser analisados.

No mercado de trabalho de engenharia e nos projetos de capital, por exemplo, a rotina de trabalho é exigente, com muitas horas de trabalho e intervalos curtos de descanso. Em contrapartida, os jovens que ingressam nas empresas trazem novas prioridades, como flexibilidade, diversidade e tempo de qualidade em casa, com a família.

O consultor de carreira de Harvard, Gorick Ng, autor do best-seller do “The Unspoken Rules” (As Regras Não-Ditas), entrevistou jovens da Geração Z em todo o mundo, buscando saber qual a prioridade deles em suas carreiras. Eles colocaram que desejam ter:

  • Remuneração alta e justa;
  • Estabilidade financeira;
  • Equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Além disso, eles querem ser seu próprio chefe e gerar um impacto positivo.
Conforme Gorick, menos de 2% dos jovens entrevistados da Geração Z têm ambição de crescer na carreira corporativa. Para eles, o esforço proporcional ao salário - também conhecido pela expressão “acting your wage” - é o que mais importa.

Mercado de trabalho engenharia: a metodologia de ensino precisa ser reinventada

A sociedade vive o mundo VUCA, marcado por tendências, novas ferramentas e sistemas, incertezas e projeções sobre o futuro. Ainda há muito para ser compreendido sobre o uso da tecnologia e o seu uso sob medida para as demandas, com respeito e valorização das pessoas. Além disso, no momento, busca-se compreender também como o comportamento humano e o estilo de vida vem sendo transformado.

Neste contexto, um dos aspectos do mercado de trabalho engenharia, que requer uma análise cuidadosa, é a estrutura de ensino e formação.

Afinal, enquanto a tecnologia evoluiu a passos largos, a educação segue um modelo de ensino tradicional e defasado. O desafio da vez é ressignificar a aprendizagem. Do uso da barsa, passando pela popularização do Google até as funcionalidades da Inteligência Artificial, a tecnologia viabilizou um grande salto no modo de buscar conhecimento.

Mas e agora: como será o ensino do futuro?

É preciso refletir sobre o modo como a formação escolar está estruturada, dos anos iniciais até o ensino médio. Tanto educadores quanto gestores de empresas têm o desafio de pensar em maneiras de democratizar o acesso ao conhecimento, com uma cultura de aprendizagem estimulada pelo líder e pelo time.

Ao revisar o modelo de ensino, é possível contribuir para a formação de profissionais, colocando como prioridade o desenvolvimento de competências e habilidades. A iniciativa contribui ainda para um equilíbrio no ambiente de trabalho que viabilize uma gestão saudável.

6 maneiras de superar a escassez de competências

De acordo com o ManpowerGroup, 77% das empresas estão lutando para encontrar profissionais que atendam às suas necessidades. Para resolver o problema de falta de pessoal no mercado de trabalho de engenharia, diversas soluções precisam ser implementadas.

A seguir, listamos algumas delas.

#1 Investimento em treinamento

Um dos desafios dos gestores da indústria da construção é investir na formação dos profissionais. Assim, eles podem adquirir as competências necessárias para se adaptarem às novas tecnologias e processos de trabalho.

A iniciativa de formação vale tanto para novos colaboradores quanto para aqueles com mais tempo de carreira, que, além de obter novos conhecimentos, podem compartilhar a sua experiência com os colegas.

#2 Seleção de disciplinas adequadas às demandas do mercado de trabalho engenharia

Para aumentar o número de profissionais com as competências necessárias, não só as empresas, mas também as instituições de ensino precisam de oferecer cursos e programas de formação alinhados com as necessidades da indústria da construção.

#3 Reavaliação das práticas de recrutamento

Contratar o candidato “perfeito” pode ser difícil em tempos de escassez de competências e profissionais. Nesse cenário, vale a pena revisar as práticas de recrutamento.

Você precisa, necessariamente, contratar um engenheiro com determinadas habilidades?Ou pode escolher um candidato com menos experiência do que você procurava originalmente, assumindo o compromisso de investir na formação dele?

Atualizar os requisitos das vagas e as práticas de recrutamento é indispensável para selecionar candidatos com perfil adequado para as vagas, driblando a escassez de engenheiros.

#4 Oferta de remuneração e benefícios competitivos

As empresas de sucesso da indústria da construção devem se esforçar para desenvolver uma cultura que motive os profissionais, contribuindo para a retenção deles na empresa. Isso não significa necessariamente um salário mais alto. Como vimos no início do artigo, as pessoas buscam por qualidade de vida.

Entre os benefícios comuns e especialmente populares, vale citar modelo híbridos de trabalho que oferecem aos colaboradores equilíbrio entre vida pessoal e profissional, cursos, dias adicionais de férias anuais e pacotes de benefícios que contribuem para o bem-estar das pessoas.

#5 Repensando o perfil da força de trabalho

Com o envelhecimento da população, muitos engenheiros já se aposentaram ou estão prestes a encerrar a carreira. No entanto, alguns deles continuam em atividade.

Em contrapartida, novos talentos chegam nas empresas com graduação, mas sem experiência de mercado. Para manter uma equipe plural, os gestores podem pensar em maneiras de reter os profissionais de nível sênior.

Mesmo sem contratos permanentes e de tempo integral, os engenheiros aposentados podem ser uma ótima maneira de agregar conhecimentos e habilidades à sua empresa. Esses indivíduos não apenas oferecem conhecimentos que de outra forma poderiam faltar, mas também podem ser facilitadores da orientação e integração dos colaboradores menos experientes.

#6 Investimento em tecnologia e automação

Para superar a escassez de competências, as empresas podem contar com o suporte da tecnologia de automação.

As máquinas automatizadas e soluções disruptivas avançadas ajudam a preencher lacunas de competências e melhorar a produtividade. Isto poderia incluir a implementação da robótica e da inteligência artificial para realizar tarefas rotineiras, liberando os profissionais qualificados para se concentrarem em trabalhos mais complexos.

Mercado de trabalho engenharia: as vantagens de driblar a escassez de profissionais e competências

A escassez de profissionais qualificados na indústria da engenharia é uma questão significativa que requer atenção e ação por parte dos gestores, educadores e agentes do sistema de ensino.

Assim, pensar em maneiras de incentivar o ingresso e a permanência dos profissionais no mercado de trabalho de engenharia é fundamental para a sustentabilidade do setor, que desempenha um papel crucial na promoção do crescimento econômico.

Para driblar a falta de talentos, um dos caminhos possíveis é investir na formação continuada, essencial para preencher as lacunas de competências e garantir que as empresas tenham acesso às pessoas certas. Com treinamento e qualificação, os engenheiros podem se manter atualizados sobre as novas tecnologias, bem como desenvolver seu conjunto de habilidades para demandas e empregos futuros.

Quando os gestores decidem investir em formação e educação para os profissionais, uma relação ganha-ganha passa a ser construída. Com essa abordagem, é possível criar uma força de trabalho mais preparada, equipada para atender às demandas do setor.

Além de ampliar as oportunidades no mercado de trabalho de engenharia, os investimentos em formação continuada tornam o setor mais competitivo, valorizando os talentos dos colaboradores. De outro modo, esta estratégia contribui também para o aumento dos níveis de produtividade e a melhoria dos índices de satisfação do cliente. Um dos resultados imediatos é uma lucratividade maior.

Verum Institute: parceira na formação continuada dos profissionais de engenharia

Como braço educacional da Verum Partners, a Verum Institute tem o compromisso de contribuir para viabilizar a formação e qualificação dos profissionais que atuam no mercado de trabalho de engenharia.

Além do ativo do conhecimento técnico, a Verum Institute possui no seu time pessoas que já vivenciaram a rotina de trabalho e entrega na construção e, por isso, possuem domínio para compartilhar ações práticas.

Sabendo da desconexão entre a universidade e o mercado de trabalho, a Verum Institute tem o compromisso de ser uma parceira estratégica das empresas, atuando como uma ponte, que viabiliza o encontro da teoria com as áreas de atuação práticas da engenharia.

Com cursos de formação, imersões e assessment de carreira, nós temos soluções para profissionais já formados e também para jovens interessados em conhecer o mercado de trabalho de engenharia.

É importante, por exemplo, que ao escolher a graduação, os acadêmicos de engenharia conheçam o contexto que irão encontrar no momento de aplicar a teoria e o conhecimento técnico, na prática da profissão.

Como uma provedora educacional licenciada pelo CII (Construction Industry Institute), a Verum Institute tem chancela e aceitação internacional. Com esse posicionamento, buscamos contribuir para estimular o processo de co-criação na indústria da construção.

Nosso objetivo é consolidar uma cultura de curiosos por aprendizagem, de modo que o aprender se torne constante na rotina, na carreira e na vida dos profissionais da construção. A cultura de aprendizagem leva ao desenvolvimento de novas habilidades com conhecimento, processos e ferramentas.

Como resultado do nosso trabalho, desejamos formar essa consciência nos grandes centros e nas regiões mais distantes, como no Pará. Assim, podemos criar mecanismos e rituais para conectar os engenheiros e acadêmicos com oportunidades de troca e aprendizagem. Tudo isso proporciona maior absorção de conhecimento, com foco na construção de novas habilidades e na adoção de boas práticas.

A formação deixa de ser randômica, com uma trilha de desenvolvimento exponencial, e não linear. Essa abordagem é inovadora, única e potencializa o crescimento das pessoas, das empresas e do setor.

Se você quer potencializar a formação e a retenção dos profissionais da construção civil, saiba que a Verum Institute pode ser sua parceira estratégica. Orientado pelo conceito de Lifelong Learning, nosso time, formado por especialistas renomados, é facilitador do aprendizado contínuo e ativo para o mercado da construção, conectando profissionais e empresas.

A transformação da construção por meio da educação começa agora.

Conheça a proposta da Verum Institute!